Sé Catedral. Angra.

Caros Finalistas.

Com a celebração da bênção das pastas estais a manifestar a vossa alegria por terminar um curso que vos introduz no mundo do trabalho. Mas estais também a agradecer o esforço de todos aqueles que colaboraram na vossa formação, como são a Universidade, a Faculdade, os professores, pais e demais família, amigos, a comunidade universitária na qual vos integrastes ao longo destes anos de estudo.

Mas igualmente quereis dar graças a Deus, Fonte de todas as graças, e pedir a Sua bênção para o vosso futuro.

Quero felicitar-vos pelo vosso curso e por este gesto tão profundo e inspirador para as vossas vidas. Exprimo, igualmente, os meus votos de muito sucesso para o vosso futuro profissional e vocacional.

Mas se este dia é de festa e de alegria é também de desafio e de compromisso. Cada um de vós no contexto da sua formação académica vai ser chamado a colaborar na edificação de uma sociedade e na promoção de uma cultura que se desejam mais humanas, respeitadoras da dignidade da pessoa e do bem comum.

Para que tal aconteça exige-se não só a competência profissional mas também o respeito por um código ético que valorize sempre o ser humano perante os ataques que vêm da manipulação económica, ideológica ou do poder.

Há um novo mundo que urge edificar, mas para que tal aconteça depende de todos vós de modo a que já não haja mais lugar a exclusão ou pobreza, solidão ou discriminação. Eis a civilização do amor que se abre perante vós como exigência da vossa acção concreta e determinada.

Recolho do Papa Francisco as interpelações que ele lança aos jovens dizendo «não renuncieis ao melhor da vossa juventude, não fiqueis a observar a vida da sacada» (Exortação Pos sinodal «Crsito Vive», nº 143). E, ainda, «não confundais a felicidade com um sofá nem passeis toda a vossa vida diante dum visor» (ib.). E, acrescenta, «tão-pouco vos reduzais ao triste espetáculo dum veículo abandonado»(Ib.).

São fortemente interpelantes as imagens que usa quando sublinha que «não sejais carros estacionados, mas deixai brotar os sonhos e tomai decisões» (Ib). Dai que, mesmo «ainda que vos enganeis, arriscai. Não sobrevivais com a alma anestesiada, nem olheis o mundo como se fôsseis turistas. Fazei-vos ouvir! Lançai fora os medos que vos paralisam, para não vos tornardes jovens mumificados. Vivei! Entregai-vos ao melhor da vida! Abri as portas da gaiola e saí a voar! Por favor, não vos aposenteis antes do tempo» (Ib.).

Não vos conformeis com o mundo como está, mas prestai o vosso contributo para que se torne melhor.

Imploro de Nossa Senhora de Fátima, Mãe e Rainha dos Açores, Sede de Sabedoria, que vos acompanhe pelos caminhos da vossa vida e vos livre de todos os males.

Parabéns e muitas felicidades!

São os votos do vosso Bispo +João Lavrador