«Irás onde Eu te enviar…» (Jer.1, 7)

Foi com enorme surpresa mas com profunda confiança na acção do Espirito Santo na vida da Igreja e de cada um dos discípulos de Jesus Cristo que recebi a noticia da minha nomeação para uma nova tarefa, agora, servindo pastoralmente a Diocese de Viana do Castelo.

A certeza de que é o Espirito de Deus que conduz a Sua Igreja e que, apesar dos nossos projectos pessoais e comunitários, pertence-Lhe a Ele orientar a história do mundo, dos homens e da comunidade cristã, disponibiliza-nos para a missão.

Só Jesus Cristo permanece continuamente na Sua Igreja. A cada um dos discípulos compete oferecer-se a si mesmo, nas suas limitações e capacidades, para se dispor a estar e a partir.

Sou chamado a partir em direcção a uma Igreja irmã, a comunidade diocesana de Viana do Castelo, da qual o Senhor Jesus me chama, à imagem do Bom Pastor, para aí servir pastoralmente o Povo de Deus que Ele tanto ama.

Sinto vivamente em mim a experiência pastoral tão rica destes seis anos, passados nesta maravilhosa diocese de Angra e Ilhas dos Açores.

Marcou-me o contacto com as suas gentes, com a sua cultura, com a sua religiosidade, com o seu empreendorismo, com os seus projectos, mas também com as suas dificuldades. Parto muito mais enriquecido humana, cultural, pastoral e espiritualmente e em experiência de vida cristã.

Por isso, sinto meu dever, porque brota do mais profundo de mim mesmo, apresentar uma palavra de reconhecimento e de gratidão a todo o Povo de Deus desta diocese.

Começo por prestar mais uma vez a minha gratidão ao Senhor Dom António Braga pelo seu acolhimento e pelo seu testemunho de pastor fiel, lúcido e amigo.

Realço os sacerdotes que prestaram uma colaboração impar em ordem à evangelização, acolhendo e promovendo os projectos pastorais junto das suas comunidades. No contexto do presbitério, agradeço o trabalho tão próximo e amigo da comunidade do Seminário Maior, do cabido, do Conselho Episcopal, da Cúria diocesana, do Economato, do Colégio de Consultores, dos membros do Tribunal Eclesiástico, ao Conselho Presbiteral. Acrescento ainda uma palavra de reconhecimento aos membros do Conselho de Pastoral Diocesano, ao Conselho Económico Diocesano e à Comissão Coordenadora da Caminhada Sinodal.

Sinto um grande dever de gratidão para com todos os que integram os serviços diocesanos, tal como as comissões diocesanas e os institutos, que tão bom trabalho pastoral prestam à diocese e suas comunidades cristãs.

Tenho, nesta hora, muito presentes os diáconos e os que se propõem começar a sua formação para este ministério. Agradeço-lhes a sua generosidade e colaboração numa Igreja verdadeiramente servidora dos mais pobres.

Aos religiosos e religiosas, testemunho profético  do reino de Deus no meio do mundo, fico reconhecido pelo seu carisma imprescindível na evangelização da nossa sociedade.

Estendo o meu reconhecimento e gratidão a todos os leigos que nas paróquias, nos movimentos, nos grupos e instituições, na família, no trabalho ou nas associações e irmandades, tecem uma verdadeira teia de relações fundamentadas no Evangelho que ajudam a tornar presente a Boa Nova de Jesus Cristo não só na Igreja como também no mundo.

O diálogo da Igreja com o mundo é sem dúvida uma exigência para a evangelização nos tempos em que vivemos. Neste sentido, agradeço a colaboração e diálogo mútuo com os governantes, com todos os que se dedicam ao serviço público, com as autoridades civis, académicas, militares, autárquicas, forças de segurança, comunicação social.

Fomos projectando na vida da Igreja diocesana o sonho conciliar de uma comunidade que vive na comunhão e em todos os baptizados se sente corresponsável pela missão evangelizadora. Delineámos uma caminhada a que chamamos de caminhada sinodal que de futuro dará bons frutos para a evangelização do mundo que nos espera.

Que não faltem forças para continuar, já que temos a certeza da presença permanente do Espirito Santo na Igreja e no mundo.

Continuarei a rezar por esta amada diocese e peço que me tenham também presente a mim e à Diocese de Viana do Castelo nas vossas orações.

Imploro de Santa Maria, Mãe e Rainha dos Açores, as Suas bênçãos e graças para todo o Povo de Deus desta diocese, de modo particular para todos os mais excluídos e marginalizados, pobres e isolados.

 

+ João Lavrador, Bispo eleito de Viana do Castelo