As vocações germinam na comunidade cristã.

Neste ano dedicado à contemplação e à experiência da misericórdia divina, o Santo Padre na mensagem para a jornada mundial de oração pelas vocações quis unir a misericórdia divina e a vida em Igreja para nos convidar a um compromisso pelas vocações.

Desde logo o tema que quis dar à sua mensagem é bastante eloquente ao afirmar que a Igreja é a mãe das vocações porque «A Igreja é a casa da misericórdia e também a “terra” onde a vocação germina, cresce e dá fruto».

Assim, deparamo-nos com um primeiro compromisso que pertence à comunidade cristã. Através da formação e catequese, através da celebração litúrgica e através da partilha fraterna, a comunidade tem como último objectivo oferecer a cada cristão a possibilidade de se encontrar com Jesus Cristo vivo que chama e envia em missão.

A Igreja constituída por um povo chamado, cada um segundo a vocação própria, e enviado em missão no meio do mundo.

Por isso, afirma o santo Padre que na Igreja nasce, cresce e se sustenta a vocação. Eis a grande tarefa de cada comunidade cristã.

Na comunidade o papel do sacerdote é fundamental no despertar e no acompanhar das vocações. Di-lo o Papa Francisco ao afirmar que «o cuidado pastoral das vocações é uma parte fundamental do seu ministério». Por isso, «os sacerdotes acompanham tanto aqueles que andam à procura da própria vocação, como os que já ofereceram a vida ao serviço de Deus e da comunidade».

Um segundo âmbito da experiência vocacional é a família. Os pais e demais membros da comunidade familiar são chamados a oferecer aos seus filhos e familiares uma educação tal que leve a criança e o jovem a reconhecer que deve escutar o chamamento de Jesus Cristo e generosamente responder-Lhe. Eis a maior de todas as exigências educativas para o bem de cada jovem que é convidado a escolher e a responder perante o seu futuro.

Mas o meu apelo vai dirigido a cada um dos jovens que se inquietam por acertar no seu futuro. Só Jesus Cristo nos ama de modo total e perfeito. Só Jesus Cristo conhece o nosso íntimo e sabe despertar em nós o amor para uma resposta que nos orienta para o bem dos nossos irmãos.

Que cada jovem se coloque perante a beleza do amor de Jesus Cristo e generosamente aceite o convite que Ele lhe dirige porque sendo um chamamento amoroso tem sempre em vista o bem maior de cada um.

Com o olhar fixo em Maria de Nazaré, todos os fiéis são chamados a responsabilizarem-se pelas vocações.

Daí a oração insistente para que o Senhor ofereça à Sua Igreja as vocações que ela necessita. Estamos conscientes que «a maternidade da Igreja exprime-se através da oração perseverante pelas vocações e da acção educativa e de acompanhamento daqueles que sentem a chamada de Deus».

A força da Igreja está na forma como cada cristão assume a vocação a partir do chamamento divino e se empenha na missão evangelizadora.

 

+João Lavrador

Bispo de Angra e Ilhas